Sobre a sombra.

Uma manhã cinza e calada
me dá "Bom dia"
com seu ar frio
que rasga o peito.
Pego o meu café
deito-me na cadeira
da sala vazia e empoeirada
Abro um livro...

Tento esquecer as minhas dores
Tão lúcidas,tão fortes.
É outra a situação,
mas dói tanto quanto
outrora doeu.

Leio a primeira frase.
'Ah Clarisce!,só tu que me faz pensar tanto,
é capaz de acalentar este meu coração
que não sabe mais se quer amar.'

Amar como tantas vezes amou.
Sofrer,como tantas vezes sofreu.
Mas,por tantas vezes insistente.
Apagou as sombras e
os rastros do passado.
Deixando-me segura,calma.
Como se o amor pudesse ser assim.

E como não o é,
Uma hora ou outra,reaparecem.
Estas sombras de dor,
raios,ralampagos e trovões.
Uma insegurança,que me faz querer desamar.

São apenas sombras,
eu sei.
Passado,
eu sei.
São apenas dores,
que não se acabam mais.


* "Menos pela cicatriz deixada, uma feridantiga mede-se mais exatamente
pela dor que provocou, e para sempre perdeu-se no momento em que cessou
de doer, embora lateje louca nos dias de chuva." (Caio F.)

2 comentários:

@rubimll disse...

Oi. estou te seguindo :)
tudo bem com você
adorei seu blog, é esse poema é muito lindo

Raíssa disse...

* "Menos pela cicatriz deixada, uma feridantiga mede-se mais exatamente
pela dor que provocou, e para sempre perdeu-se no momento em que cessou
de doer, embora lateje louca nos dias de chuva." +1
nossa mtmt lindo *-*'

adooro seu blog, apesar de nao comentar sempre, sempre dou uma olhada aqui s2