
Somente mais um dia frio como tantos outros,aquecido pelo medo,é uma sensação perturbadora que perdura sem fim,com muitas explicações e razões,é mais um dia que tanta diferença faz e é quase impossível não pensar no amanhã. Será frio como hoje? Vazio e abandonado... ?
Mas também é inevitável não pensar no passado,e é quando esse pensamento retorna que o medo se intensifica, as lembranças são sombrias, cheias de dor,uma dor mais profunda,mais delicada,não é essa dor que você está acostumado,talvez nem seja dor,acredito que seja sofrimento,dor passa...sofrimento é um buraco aberto.
São lembranças de perda,o medo de ir também, a vontade de voltar,mas a obrigação de fugir.A saudade de quem se foi, de quem se perdera e talvez de quem nunca mais volte a ver.A sensação de solidão contínua,de não ter nada, nem si mesmo.Viver fugindo das perseguições, das guerras,sair do seu lugar,antes fosse por vontade própria,mas sem querer é ainda pior.São milhões,todos os dias...
Com as mesmas sensações e com os mesmos medos, mas com histórias diferentes para contar..Cada refugiado tem a sua história e cada perda é uma perda pessoal.É uma parte da vida que se foi privada de viver.Talvez,graças a Deus, você nunca venha a sentir o que eles sentem,mas é impossível não se sentir culpado,mesmo não sendo.Pois a culpa é da humanidade,eu faço parte dela.São tantos meu Deus que se perdem por esse mundo em buscas dos sonhos,de um sorriso,de um amparo,que fogem das guerras,da crueldade e da perversidade criada pelo homem.Da intolerância que ainda persiste.E eu ainda insisto em entender, por quê? Para quê? E até quando terei diante dos meus olhos tanto sofrimento,pois me doí acreditar que exista na humanidade tamanha frieza.E que eu pertença ao mesmo grupo que tantas pessoas vazias: HUMANOS.
" Os seres humanos me assombram" - (Palavras da morte, personagem narrador do livro A menina que roubava livros;Markus Zusak)
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